Lipoescultura: como modelar o corpo com a própria gordura

O acúmulo de tecido gorduroso (adiposo), localizado ou não, tem levado cada vez mais pacientes aos consultórios de cirurgia plástica. Na maioria das vezes, a este acúmulo de gordura está associada também uma diminuição ou ausência em outra parte do corpo.

Há algumas circunstâncias em que é mais comum ocorrer este desequilíbrio como a gestação, o emagrecimento brusco, o processo natural de envelhecimento, entre outras.

A busca pela harmonia no contorno corporal e facial encontra na lipoescultura sua maior aliada. Este procedimento cirúrgico é capaz de retirar o acúmulo de gordura e reaproveitá-lo, no mesmo momento, em áreas com diminuição ou ausência de volume.

A lipoaspiração da papada no pescoço e o reaproveitamento e enxertia de gordura na maça do rosto ou nos sulcos laterais do nariz é bem recorrente. Do mesmo modo, é bastante comum a lipoaspiração no dorso, abdome, culote e enxertia da gordura em nádegas, panturrilha, mãos, etc.

Seringas específicas são utilizadas para colher a gordura em áreas de depósito.  Em seguida, a gordura é tratada – lavada, filtrada, centrifugada, decantada – externamente ao organismo. A injeção das melhores células melhora a aderência do enxerto de gordura, diminuindo a ocorrência de absorção.

Como trata-se, inicialmente, de uma lipoaspiração, ainda que em quantidades reduzidas, este procedimento é realizado seguindo todos os cuidados de uma lipo convencional. Desta forma, toda a equipe médica segue um protocolo específico de segurança, com o intuito de diminuir e prevenir riscos. Um preparo pré-operatório com risco cirúrgico bem feito, o uso de anticoagulantes nos períodos pré e no pós-operatórios e a utilização de aparelhos com compressão intermitente, durante a cirurgia, minimizam estes riscos.

Habitualmente, adotamos somente o ambiente hospitalar para realização destes procedimentos, pois a maioria deles disponibiliza o CTI para suporte, conferindo maior segurança e conforto a pacientes e familiares.

Se você apresenta alguma área corporal ou facial que necessita um aumento de volume, faça uma consulta especializada.

Dúvidas frequentes

1) Em que casos a lipoaspiração com lipoenxertia é indicada?

Áreas em que a distribuição de gordura é feita de maneira desigual ou diminuída são as mais indicadas. Regiões como glúteos, coxas, panturrilhas e a face são as que recebem enxertos mais comumente.

2) Como a lipoescultura é realizada?

A lipoescultura utiliza cânulas específicas conectadas a uma seringa para coletar células gordurosas. Estas sofrem um processo de decantação e filtração e são reintroduzidas nas áreas deprimidas em forma de túneis, até o completo preenchimento do contorno corporal ou facial.

3) Que tipo de anestesia é utilizado?

Geralmente, utiliza-se a anestesia peridural. No entanto, nada impede que o procedimento seja realizado com anestesia local e sedação ou anestesia geral. O que determina o tipo de anestesia utilizado é o volume de células gordurosas e o número de regiões a serem lipoaspiradas e lipoenxertadas.

4) A lipoescultura deixa cicatrizes?

Sim, como qualquer procedimento cirúrgico. Porém, elas são posicionadas em pontos camuflados por dobras, sulcos ou em áreas escondidas pela roupa – geralmente nas “marcas” não expostas ao sol.

5) O pós-operatório é muito doloroso?

Não. Na verdade, algumas áreas como o dorso e a região sacral incomodam mais. O desconforto maior acontece nos primeiros três dias. Analgésicos comuns conseguem controlar o quadro de dor na maioria dos casos. A dor equivale à dor de um dia de ginástica forçada, com fadiga muscular.

6) A lipoescultura oferece algum risco?

Todos os pacientes candidatos a essa cirurgia passam por um rigoroso e minucioso questionário sobre alergias, complicações prévias, doenças cardiorrespiratórias, etc. Uma boa anamnese, os exames pré-operatórios normais e um risco cirúrgico bem feito minimizam os riscos desta cirurgia.

7) Que intercorrências são comuns em um lipoescultura?

A absorção média de até 60% da gordura, produção de seroma (acúmulo de líquidos na área operada), edema (inchaço), perda temporária da sensibilidade, dor (leve a moderada), equimoses (mancha roxa), hipertrofia e hipercromia da cicatriz, irregularidades de superfície, endurecimento da área lipoaspirada, etc.

8) Que intercorrências raramente acontecem em um lipoescultura?

Infecções, perfuração intra-abdominal, alergia aos anestésicos ou qualquer medicação, edema pulmonar, tromboembolismo, embolia gordurosa e morte.

9) Qual é o local mais seguro para realizar uma lipoescultura?

Segundo a Resolução do CFM n◦ 1.711 de 10 de dezembro de 2003, em seu artigo 5◦ determina que “as cirurgias de lipoaspiração devem ser executadas em salas de cirurgias equipadas para atendimento de intercorrências inerentes a qualquer ato cirúrgico”.

10) A presença de um anestesista é dispensável?

A mesma resolução dispõe que o anestesista seja dispensado, desde que o procedimento seja realizado somente com anestesia local, sem sedação. No entanto, recomendo sempre a presença desse profissional que monitora constantemente o paciente com a ajuda de aparelhos adequados.

11) Quanto tempo após o procedimento a paciente pode ir para a casa?

Como se trata de um procedimento cirúrgico recomenda-se que um tempo mínimo de observação ou recuperação aconteça. Este tempo varia de paciente para paciente e está relacionado com a quantidade de “gordura” retirada, volume de drogas anestésicas ministradas e grau de dor apresentado.

12) É necessário usar cintas modeladoras?

Sim, por um período mínimo de 30 dias, 24 horas por dia. Depois, mais 30 dias, apenas à noite.

13) Quanto tempo depois da cirurgia a drenagem linfática é permitida?

A drenagem linfática pode ser iniciada a partir do terceiro dia de pós-operatório com, no mínimo, duas e, no máximo, três sessões por semana, totalizando uma média de 20 sessões.

14) O que pode ser feito antes da cirurgia para minimizar os riscos?

Seguir estritamente a Indicação, ou seja, tratar apenas gordura localizada, atingir o peso próximo do ideal, realizar o controle de doenças prévias, fazer um exame de risco cirúrgico bem feito, certificar-se de que os exames laboratoriais e de imagem (ultrassonografia da parede e intra-abdominal) estão normais, e usar o anticoagulante 12 horas antes do procedimento.

15) O que pode ser feito durante a cirurgia para minimizar os riscos?

Realizar o procedimento em bloco cirúrgico estéril, contar com a presença constante de um anestesista bem treinado e familiarizado com o procedimento, realizar monitoração cardiorrespiratória permanente, além da técnica apurada do cirurgião e assistente.

16) Por quanto tempo é preciso usar anticoagulante?

Uma dose 12 horas antes da cirurgia, uma dose no dia da cirurgia e mais quatro doses no pós-operatório imediato.

17) Quanto tempo depois da cirurgia o resultado pode ser considerado definitivo?

O resultado mais definido pode ser observado, em média, 12 a 18 meses após o procedimento. Após seis meses, espera-se que 90% do inchaço já tenha sido reabsorvido.

18) O que pode interferir no resultado final?

Exercer pressão sobre a área lipoenxertada, desobediências às recomendações médicas, sedentarismo, ganho de peso, dieta irregular e hipercalórica, alterações hormonais (hipotireoidismo, diabetes, gravidez, etc.), determinados medicamentos (anticoncepcionais orais), idade avançada, genética desfavorável, entre outros.

19) A lipoescultura elimina a celulite? E estrias?

Nenhuma cirurgia de lipoaspiração deve ser indicada para correção da celulite ou estrias. Conforme o volume lipoaspirado, o procedimento pode até dar mais visibilidade a essas imperfeições.

20) A lipoescultura torna a celulite mais visível ou aparente?

É comum, após a lipoaspiração, uma maior visualização da celulite preexistente. A redução do volume de gordura profunda pode acentuar esse efeito, principalmente nas coxas. A associação à drenagens linfáticas, atividade física e reeducação alimentar pode minimizar esse efeito, no pré e no pós-operatório.

21) O enxerto de gordura pode ser reabsorvido? Até quando?

Geralmente, espera-se uma reabsorção de até 60% do volume de células gordurosas enxertadas. Em alguns casos, é necessária uma nova lipoaspiração seguida de lipoenxertia. Em média, a reabsorção das células gordurosas enxertadas ocorre até dois meses após a cirurgia.

Recomendações pré-operatórias

  1. Obedeça às instruções dadas para o dia da cirurgia.
  2. Comunique à equipe médica qualquer anormalidade que eventualmente ocorra quanto ao seu estado geral.
  3. Evite bebidas alcoólicas ou refeições muito pesadas na véspera da cirurgia.
  4. Evite ingerir medicamentos a base de ácido acetilsalicílico e fórmulas para emagrecer até 10 dias antes da cirurgia.
  5. Compareça em jejum absoluto de no mínimo 8 horas e não traga objetos de valor para o hospital.
  6. Dirija-se ao local da cirurgia com um acompanhante.
  7. Evite usar brincos, anéis, alianças, piercings, esmaltes coloridos nas unhas, etc.
  8. Injete na face anterior da coxa a medicação anticoagulante 12 horas antes da cirurgia.
  9. Leve todos os exames, inclusive o de risco cirúrgico, com termo de autorização para cirurgia e a declaração de recebimento dos termos devidamente assinados no dia da cirurgia.

Recomendações pós-operatórias

  1. Evite esforços no dia da cirurgia, inclusive caminhadas longas ou subir escadas.
  2. Não permaneça deitada ou sentada por períodos prolongados. Levante e movimente-se em casa, mas evite grandes esforços.
  3. Caso fique sentada, procure não criar dobras sobre a região abdominal. O ângulo de inclinação ideal é o de 120 graus.
  4. No caso da realização de lipoenxertia em região glútea, evite sentar ou deitar diretamente sobre a área do enxerto. Procure sentar em bóias d’água com furo central.
  5. Não se exponha ao sol com intuito de se bronzear por um período de 90 dias. Se for inevitável, use bloqueador solar.
  6. Obedeça à prescrição médica. Aplique a medicação anticoagulante em dias consecutivos com intervalo de 24 horas. Use os cremes corporais e cicatriciais diariamente.
  7. Volte ao consultório para os curativos subsequentes, nos dias e horários estipulados.
  8. Alimentação deve ser normal, salvo em casos especiais. Recomenda-se uma dieta hiperproteica, a base de carnes brancas, associada à ingestão de frutas, legumes, verduras, gelatina.
  9. Beba bastante líquido no pós-operatório – no mínimo, 300ml por hora.
  10. Não faça dieta ou regime de emagrecimento até a liberação médica. A antecipação desta conduta por conta própria, poderá acarretar conseqüências de difícil reversão.

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Dr. Eduardo Cabral

CRM 25684
RQE 11461
RQE 7589
RQE 7590

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